A seguir, são apresentadas algumas regras práticas para escrever bem. Alguns pontos são repetidos propositadamente para enfatizar sua importância.
1. Antes de iniciar, organize um roteiro com as idéias e a ordem em que elas serão apresentadas. Estabeleça um plano lógico para o seu texto. Só se escreve com clareza após ter as idéias claras na mente.
2. Coloque um dicionário e uma gramática ao seu lado e não hesite em consultá-los sempre que surgirem dúvidas.
3. Escreva sempre na ordem direta: sujeito + verbo + complemento.
4. Escreva sempre frases curtas e simples. Abuse dos pontos.
5. Prefira colocar ponto e iniciar nova frase a usar vírgulas. Frase cheia de vírgulas está pedindo um ponto. Na dúvida, use o ponto. Se a informação não merece nova frase não é importante e pode ser eliminada.
6. Evite orações intercaladas, parêntesis e travessões. Algumas revistas internacionais aceitam o uso de parêntesis para reduzir o período.
7. Corte todas as palavras inúteis ou que acrescentam pouco ao conteúdo.
8. Evite as partículas de subordinação, tais como “que”, “embora”, “onde”, “quando”. Estas alongam as frases de forma confusa e cansativa. Use uma por frase, no máximo.
9. Use apenas os adjetivos e advérbios extremamente necessários.
10. Só use palavras precisas e específicas. Entre elas, prefira sempre as mais simples, usuais e mais curtas.
11. Evite repetições. Procure não usar verbos, substantivos, aumentativos, diminutivos e superlativos mais de uma vez num mesmo parágrafo.
12. Evite ecos (ex. “...avaliação da produção...”) e cacófatos (ex. “...uma por cada tratamento...” soa como “...uma porcada...”).
13. Prefira as frases afirmativas.
14. Frases escritas em voz passiva são muito usadas em ciência, mas devem ser evitadas.
15. Evite sempre: regionalismos, jargões, modismos, lugar comum, abreviaturas que não sejam usuais, palavras e frases longas.
16. Um parágrafo é uma unidade de pensamento. Sua primeira frase deve ser curta, enfática e, preferencialmente, conter a informação principal. As demais devem corroborar o conteúdo apresentado na primeira. A última frase deve servir de ligação com o parágrafo seguinte. Pode conter a idéia principal se esta for uma conclusão das informações apresentadas nos períodos anteriores.
17. Os parágrafos devem interligar-se de forma lógica.
18. Um parágrafo só ficará bom após cinco leituras e correções:
• na primeira, cheque se está tudo em ordem direta e modifique se necessário;
• na segunda, procure repetições, ecos, cacófatos, orações intercaladas e partículas de subordinação; elimine-os sempre que possível;
• na terceira, corte sem dó todas as palavras desnecessárias; elimine todos os adjetivos e advérbios que puder;
• na quarta, procure erros de grafia, digitação e erros gramaticais, tais como de
regência e de concordância;
• na quinta, cheque se as informações estão corretas e se realmente está escrito o que você entende quando lê. Veja se você não está “adivinhando”, pelo contexto, o sentido de uma frase mal redigida.
19. Após a correção de cada parágrafo, em separado, leia todo o texto três vezes e faça as correções necessárias.
• Na primeira leitura, observe se o texto está organizado segundo um plano lógico de apresentação do conteúdo. Veja se a divisão em itens e subitens está bem estruturada; se os intertítulos (título de cada tópico) são concisos e refletem o conteúdo das informações que os seguem. Se for necessário, faça nova divisão do texto ou troque parágrafos entre os itens. Analise se a mensagem principal foi passada ao leitor.
• Na segunda, observe se os parágrafos se interligam adequadamente. Veja se não
há repetições da mesma informação em pontos diferentes do texto, em períodos
escritos de forma diversa, mas com significado semelhante. Corte sem dó todos os
parágrafos que contém informações irrelevantes ou fora do assunto do texto.
• Na terceira, cheque todas as informações, sobretudo valores numéricos, datas,
equações, símbolos, citações de tabelas e figuras e referências bibliográficas.
20. Lembre-se sempre que textos longos e complexos, com frases retóricas e palavras incomuns não demonstram erudição. Ao contrário, indicam que o autor não sabe escrever.
FONTE: RETIRADO DO ARTIGO "GUIA DE ESTILO PARA REDAÇÃO CIENTÍFICA" DO PROFESSOR VAGNER COTRINI VALENTI
http://www.ceunes.ufes.br/downloads/2/karlacosta-redacaoCientificaValenti.pdf
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