segunda-feira, 21 de maio de 2012

TEXTO DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO


Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Assim, o texto dissertativo pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente com o texto de apresentação científica, o relatório, o texto didático, o artigo enciclopédico. Em princípio, o texto dissertativo não está preocupado com a persuasão e sim, com a transmissão de conhecimento, sendo, portanto, um texto informativo.

Os textos argumentativos, ao contrário, têm por finalidade principal persuadir o leitor sobre o ponto de vista do autor a respeito do assunto. Quando o texto, além de explicar, também persuade o interlocutor e modifica seu comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo.

O texto dissertativo argumentativo tem uma estrutura convencional, formada por três partes essenciais.

Introdução

Que apresenta o assunto e o posicionamento do autor. Ao se posicionar, o autor formula uma tese ou a ideia principal do texto.

Teatro e escola, em princípio, parecem ser espaços distintos, que desenvolvem atividades complementares diferentes. Em contraposição ao ambiente normalmente fechado da sala de aula e aos seus assuntos pretensamente "sérios" , o teatro se configura como um espaço de lazer e diversão. Entretanto, se examinarmos as origens do teatro, ainda na Grécia antiga, veremos que teatro e escola sempre caminharam juntos, mais do que se imagina.(tese)



Desenvolvimento

Formado pelos parágrafos que fundamentam a tese. Normalmente, em cada parágrafo, é apresentado e desenvolvido um argumento. Cada um deles pode estabelecer relações de causa e efeito ou comparações entre situações, épocas e lugares diferentes, pode também se apoiar em depoimentos ou citações de pessoas especializadas no assunto abordado, em dados estatísticos, pesquisas, alusões históricas.



O teatro grego apresentava uma função eminentemente pedagógica. Com sua tragédias, Sófocles e Eurípides não visavam apenas à diversão da plateia mas também, e sobretudo, pôr em discussão certos temas que dividiam a opinião pública naquele momento de transformação da sociedade grega. Poderia um filho desposar a própria mãe, depois de ter assassinado o pai de forma involuntária (tema de Édipo Rei)? Poderia uma mãe assassinar os filhos e depois matar-se por causa de um relacionamento amoroso (tema de Medeia e ainda atual, como comprova o caso da cruel mãe americana que, há alguns anos, jogou os filhos no lago para poder namorar livremente)?

Naquela sociedade, que vivia a transição dos valores místicos, baseados na tradição religiosa, para os valores da polis, isto é, aqueles resultantes da formação do Estado e suas leis, o teatro cumpria um papel político e pedagógico, à medida que punha em xeque e em choque essas duas ordens de valores e apontava novos caminhos para a civilização grega. "Ir ao teatro", para os gregos, não era apenas uma diversão, mas uma forma de refletir sobre o destino da própria comunidade em que se vivia, bem como sobre valores coletivos e individuais.



Deixando de lado as diferenças obviamente existentes em torno dos gêneros teatrais (tragédia, comédia, drama), em que o teatro grego, quanto a suas intenções, diferia do teatro moderno? Para Bertold Brecht, por exemplo, um dos mais significativos dramaturgos modernos, a função do teatro era, antes de tudo, divertir. Apesar disso, suas peças tiveram um papel essencial pedagógico voltada para a conscientização de trabalhadores e para a resistência política na Alemanha nazista dos anos 30 do século XX.



O teatro, ao representar situações de nossa própria vida - sejam elas engraçadas, trágicas, políticas, sentimentais, etc. - põe o homem a nu, diante de si mesmo e de seu destino. Talvez na instantaneidade e na fugacidade do teatro resida todo o encanto e sua magia: a cada representação, a vida humana é recontada e exaltada. O teatro ensina, o teatro é escola. É uma forma de vida de ficção que ilumina com seus holofotes a vida real, muito além dos palcos e dos camarins.



Conclusão

Que geralmente retoma a tese, sintetizando as ideias gerais do texto ou propondo soluções para o problema discutido. Mais raramente, a conclusão pode vir na forma de interrogação ou representada por um elemento-surpresa. No caso da interrogação, ela é meramente retórica e deve já ter sido respondida pelo texto. O elemento surpresa consiste quase sempre em uma citação científica, filosófica ou literária, em uma formulação irônica ou em uma ideia reveladora que surpreenda o leitor e, ao mesmo tempo, dê novos significados ao texto.



Que o teatro seja uma forma alternativa de ensino e aprendizagem, é inegável. A escola sempre teve muito a aprender com o teatro, assim como este, de certa forma, e em linguagem própria, complementa o trabalho de gerações de educadores, preocupados com a formação plena do ser humano. (conclusão)



Quisera as aulas também pudessem ter o encanto do teatro: a riqueza dos cenários, o cuidado com os figurinos, o envolvimento da música, o brilho da iluminação, a perfeição do texto e a vibração do público. Vamos ao teatro! (elemento-supresa)

(Teatro e escola: o papel do educador: Ciley Cleto, professora de Português).



Atenção: a linguagem do texto dissertativo-argumentativo costuma ser impessoal,

objetiva e denotativa. Mais raramente, entretanto, há a combinação da objetividade com recursos poéticos, como metáforas e alegorias. Predominam formas verbais no presente do indicativo e emprega-se o padrão culto e formal da língua.



O Parágrafo

Além da estrutura global do texto dissertativo-argumentativo, é importante conhecer a estrutura de uma de suas unidades básicas: o parágrafo.

Parágrafo é uma unidade de texto organizada em torno de uma ideia-núcleo, que é desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser formado por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos relacionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apresentada na introdução.

Embora existam diferentes formas de organização de parágrafos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalísticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem a ideia-núcleo), a conclusão. Em parágrafos curtos, é raro haver conclusão.

A seguir, apresentarei um espelho de correção de redação. A faixa de valores dos itens analisados sofre alteração a cada concurso, os aspectos macroestruturais e microestruturais são variáveis na maneira como são expostos. No entanto, os espelhos não fogem ao padrão pré-determinado.



Conclusão

Que geralmente retoma a tese, sintetizando as ideias gerais do texto ou propondo soluções para o problema discutido. Mais raramente, a conclusão pode vir na forma de interrogação ou representada por um elemento-surpresa. No caso da interrogação, ela é meramente retórica e deve já ter sido respondida pelo texto. O elemento surpresa consiste quase sempre em uma citação científica, filosófica ou literária, em uma formulação irônica ou em uma ideia reveladora que surpreenda o leitor e, ao mesmo tempo, dê novos significados ao texto.

Que o teatro seja uma forma alternativa de ensino e aprendizagem, é inegável. A escola sempre teve muito a aprender com o teatro, assim como este, de certa forma, e em linguagem própria, complementa o trabalho de gerações de educadores, preocupados com a formação plena do ser humano. (conclusão)

Quisera as aulas também pudessem ter o encanto do teatro: a riqueza dos cenários, o cuidado com os figurinos, o envolvimento da música, o brilho da iluminação, a perfeição do texto e a vibração do público. Vamos ao teatro! (elemento-supresa)

(Teatro e escola: o papel do educador: Ciley Cleto, professora de Português).

Atenção: a linguagem do texto dissertativo-argumentativo costuma ser impessoal, objetiva e denotativa. Mais raramente, entretanto, há a combinação da objetividade com recursos poéticos, como metáforas e alegorias. Predominam formas verbais no presente do indicativo e emprega-se o padrão culto e formal da língua.



O Parágrafo

Além da estrutura global do texto dissertativo-argumentativo, é importante conhecer a estrutura de uma de suas unidades básicas: o parágrafo.

Parágrafo é uma unidade de texto organizada em torno de uma ideia-núcleo, que é desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser formado por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos relacionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apresentada na introdução.

Embora existam diferentes formas de organização de parágrafos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalísticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem a ideia-núcleo), a conclusão. Em parágrafos curtos, é raro haver conclusão.

A seguir, apresentarei um espelho de correção de redação. A faixa de valores dos itens analisados sofre alteração a cada concurso, os aspectos macroestruturais e microestruturais são variáveis na maneira como são expostos. No entanto, os espelhos não fogem ao padrão pré-determinado.



ESTRUTURA TEXTUAL DISSERTATIVA



1. Bases Conceituais



PARTE I - O conteúdo da redação

a) Apresentação Textual

Legibilidade e erro: escreva sempre com letra legível. Prefira a letra cursiva. A letra de imprensa poderá ser usada desde que se distinga bem as iniciais maiúsculas e minúsculas. No caso de erro, risque com um traço simples, o trecho ou o sinal gráfico e escreva o respectivo substituto.



Atenção: não use parênteses para esse fim.

- Respeito às margens e indicação dos parágrafos;

Para dar início aos parágrafos, o espaço de mais ou menos dois centímetros é suficiente. Observe as margens esquerda e direita na folha para o texto definitivo. Não crie outras. Não deixe "buracos" no texto. Na translineação, obedeça às regras de divisão silábica.

- Limite máximo de linhas;



Além de escrever seu texto em local devido (folha definitiva), respeite o limite máximo de linhas destinadas a cada parte da prova, conforme orientação da banca. As linhas que ultrapassarem o limite máximo serão desconsideradas ou qualquer texto que ultrapassar a extensão máxima será totalmente desconsiderado.

-Eliminação do candidato;



Seu texto poderá ser desconsiderado nas seguintes situações:

- ultrapassagem do limite máximo de linhas.

- ausência de texto: quando o candidato não faz seu texto na FOLHA PARA O TEXTO

DEFINITIVO.

- fuga total ao tema: analise cuidadosamente a proposta apresentada. Estruture seu texto em conformidade com as orientações explicitadas no caderno da prova discursiva.

- registros indevidos: anotações do tipo "fim" , "the end", "O senhor é meu pastor, nada me faltará" ou recados ao examinador, rubricas e desenhos.



b) Estrutura Textual Dissertativa

Não dê título ao texto, começa na linha 1 da folha definitiva o seu parágrafo de introdução.



Estrutura clássica do texto dissertativo

b.1) Introdução adequada ao tema / posicionamento

Apresenta a ideia que vai ser discutida, a tese a ser defendida. Cabe à introdução situar o leitor a respeito da postura ideológica de quem o redige acerca de determinado assunto. Deve conter a tese e as generalidades que serão aprofundadas ao longo do desenvolvimento do texto. O importante é que a sua introdução seja completa e esteja em consonância com os critérios de paragrafação. Não misture ideias.

b.2) Desenvolvimento

Apresenta cada um dos argumentos ordenadamente, analisando detidamente as ideias e exemplificando de maneira rica e suficiente o pensamento. Nele, organizamos o pensamento em favor da tese. Cada parágrafo (e o texto) pode ser organizado de diferentes maneiras:

- Estabelecimento das relações de causa e efeito: motivos, razões, fundamentos, alicerces, os porquês/ consequências, efeitos, repercussões, reflexos;

- Estabelecimento de comparações e contrastes: diferenças e semelhanças entre elementos - de um lado, de outro lado,em contraste, ao contrário;

- Enumerações e exemplificações: indicação de fatores, funções ou elementos que esclarecem ou reforçam uma afirmação.

b.3) Fechamento do texto de forma coerente

Retoma ou reafirma todas as ideias apresentadas e discutidas no desenvolvimento, tomando uma posição acerca do problema, da tese. É também um momento de expansão, desde que se mantenha uma conexão lógica entre as ideias.

c) Desenvolvimento do Tema

c.1) Estabelecimento de conexões lógicas entre os argumentos.

Apresentação dos argumentos de forma ordenada, com análise detida das ideias e exemplificação de maneira rica e suficiente do pensamento. Para garantir as devidas conexões entre períodos, parágrafos e argumentos, empregar os elementos responsáveis pela coerência e unicidade, tais como operadores de sequenciação, conectores, pronomes. Procurar garantir a unidade temática.

c.2) Objetividade de argumentação frente ao tema / posicionamento

O texto precisa ser articulado com base nas informações essenciais que desenvolverão o tema proposto. Dispensar as ideias excessivas e periféricas. Planejar previamente a redação definindo antecipadamente o que deve ser feito. Recorrer ao banco de ideias é um passo importante. Listar as ideias que lhe vier à cabeça sobre o tema.. Estabelecer a tese que será defendida. Selecionar cuidadosamente entre as ideias listadas, aquelas que delimitarão o tema e defenderão o seu posicionamento.

c.3) Estabelecimento de uma progressividade textual em relação à sequência lógica do pensamento.



O texto deve apresentar coerência sequencial satisfatória. Quando se proceder à seleção dos argumentos no banco de ideias, deve-se classificá-los segundo a força para convencer o leitor, partindo dos menos fortes parta os mais fortes.

Caríssimos, é possível (e bem mais tranquilo) desenvolver um texto dissertativo a partir da elaboração de esquemas. Por mais simples que lhes pareça, a redação elaborada a partir de esquema permite-lhes desenvolver o texto com sequência lógica, de acordo com os critérios exigidos no comando da questão (número de linhas, por exemplo), atendendo aos aspectos mencionados no espelho de avaliação. A professora Branca Granatic oferece-nos a seguinte sugestão de esquema:



SUGESTÃO DE PRODUÇÃO DE TEXTO COM BASE EM ESQUEMAS

ESQUEMA BÁSICO DA DISSERTAÇÃO

1º parágrafo: TEMA + argumento 1 + argumento 2 + argumento 3

2° parágrafo :desenvolvimento do argumento 1

3° parágrafo: desenvolvimento do argumento 2

4° parágrafo: desenvolvimento do argumento 3

5° parágrafo: expressão inicial + reafirmação do tema + observação final.

EXEMPLO:

TEMA: Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves problemas que preocupam a todos.

POR QUÊ?

*arg. 1: Existem populações imersas em completa miséria.

*arg. 2: A paz é interrompida frequentemente por conflitos internacionais.

*arg. 3: O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico.



Texto definitivo



Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver os graves problemas que preocupam a todos, pois existem populações imersas em completa miséria, a paz é interrompida frequentemente por conflitos internacionais e, além do mais, o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico.

Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis - estas, mal distribuídas, quer entre Estados, quer entre indivíduos - encontramos legiões de famintos em pontos específicos da Terra. Nos países do Terceiro Mundo, sobretudo em certas regiões da África, vemos com tristeza, a falência da solidariedade humana e da colaboração entre as nações.

Além disso, nesta últimas décadas, temos assistido, com certa preocupação, aos conflitos internacionais que se sucedem. Muitos trazem na memória a triste lembrança das guerras do Vietnã e da Coréia, as quais provocaram grande extermínio. Em nossos dias, testemunhamos conflitos na antiga Iugoslávia, em alguns membros da Comunidade dos Estados Independentes, sem falar da Guerra do Golfo, que tanta apreensão nos causou.

Outra preocupação constante é o desequilíbrio ecológico, provocado pela ambição desmedida de alguns, que promovem desmatamentos desordenados e poluem as águas dos rios. Tais atitudes contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agressões, acabe por se transformar em local inabitável.

Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar que o homem está muito longe de solucionar os graves problemas que afligem diretamente uma grande parcela da humanidade e indiretamente a qualquer pessoa consciente e solidária. É desejo de todos nós que algo seja feito no sentido de conter essas forças ameaçadoras, para podermos suportar as adversidades e construir um mundo que, por ser justo e pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras.



Se vocês seguirem a orientação dada pelo esquema, desde o 1º parágrafo, verão que não há como se perder na redação, nem fazer a introdução maior que o desenvolvimento, já que a introdução apresenta, de forma embrionária, o que será desenvolvido no corpo do texto. E lembre-se de que a conclusão sempre retoma a ideia apresentada na introdução, reafirmando-a, apresentando propostas, soluções para o caso apresentado. Com essa noção clara, de estrutura de texto, também é possível melhorar o seu desempenho nas provas de compreensão e interpretação de textos.







EXEMPLOS DE TEXTO COM COERÊNCIA, S/ COESÃO

TEXTO 1- Contruído a partir de substantivos: 
Circuito Fechado

Ricardo Ramos

     Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo. xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

TEXTO 2

A Pesca

Affonso Ramos de Sant'Anna

o anil
o anzol
o azul
o silêncio
o tempo
o peixe

a agulha
   vertical
   mergulha

a água
a linha
a espuma

o tempo
a âncora
o peixe

a boca
o arranco
o rasgão

aberta a água
aberta a chaga
aberto o anzol

aquelíneo
ágilclaro
estabanado

o peixe
a areia
o sol

terça-feira, 15 de maio de 2012

PRODUÇÃO DE TEXTO: OPERADORES ARGUMENTATIVOS

Dá-se o nome de operadores argumentativos a certos elementos da língua, explícitos na própria estrutura gramatical da frase, cuja finalidade é a de indicar a argumentatividade dos enunciados. Introduzem variados tipos de argumentos que apontam para determinadas conclusões.
Observe nos exemplos  como funcionam esses operadores:
No Brasil ainda há crianças fora da escola.
Nesse enunciado, o advérbio ainda orienta o interlocutor no sentido de inferir algo que está pressuposto: que, antes do momento da enunciação, já havia crianças fora da escola.
Embora muitos adolescentes que trabalham freqüentem a escola, poucos conseguem concluir os oito anos de escolaridade básica.
Nesse enunciado, a conjunção embora introduz argumento que se contrapõe ao exposto na oração seguinte.
Tipos de operadores argumentativos
  • Operadores que introduzem argumentos que se somam a outro, tendo em vista uma mesma conclusão: e, nem, também, não só... mas também, não só ...mas ainda, além disso, etc.
Os efeitos danosos do trabalho infantil sobre a escolarização são sentidos não só nas crianças menores, mas também nos adolescentes.
  • Operadores que introduzem enunciados que exprimem conclusão em relação ao que foi expresso anteriormente: logo, portanto, então, em decorrência, conseqüentemente, etc.
O trabalho infantil prejudica o desenvolvimento físico, emocional e intelectual da criança, portanto deve ser combatido.
  • Operadores que introduzem argumento que se contrapõem a outro visando a uma conclusão contrária: mas, porém, todavia, embora, ainda que, mesmo que, apesar de, etc.
Muitas pessoas são contra a exploração de crianças e adolescentes, mas poucas fazem alguma coisa para evitar que isso aconteça.
Esses operadores são geralmente representados pelas conjunções adversativas e concessivas. A opção por um determinado tipo de conjunção tem implicações na estratégia argumentativa.
Por meio das adversativas (mas, porém, todavia, contudo, etc.), introduz-se um argumento que leva o interlocutor a uma conclusão contrária a que chegaria se prevalecesse o argumento usado no enunciado anterior. Com as concessivas (embora, se bem que, ainda que, etc.), o locutor dá a conhecer previamente o argumento que será invalidado. Observe:
Milhões de crianças e adolescentes trabalham no Brasil, mas isso é proibido pela Constituição.
 
Embora a Constituição proíba, milhões de crianças e adolescentes trabalham  no Brasil.
  • Operadores que introduzem argumentos alternativos: Ou, ou...ou, quer...quer, seja...seja, etc.

Ou sensibilizamos a sociedade sobre os efeitos danosos do trabalho infantil, ou o problema persistirá.

* Operadores que estabelecem relações de comparação: mais que, menos que, tão...quanto, tão...como, etc.
O problema do trabalho infantil é tão grave quanto o do desemprego.
  • Operadores que estabelecem relação de justificativa, explicação em relação a enunciado anterior: pois, porque, que, etc.
Devemos tomar uma decisão urgente, pois o problema tende a se agravar.
  • Operadores cuja função é introduzir enunciados pressupostos: agora, ainda, já, até, etc.
Até o Papa manifestou sua indignação com referência ao trabalho infantil.
Nesse enunciado, pressupõe-se que outras pessoas, além do Papa, tenham manifestado indignação. Compare a força argumentativa do enunciado contrapondo-o a outros:
O padre manifestou sua indignação.
O bispo manifestou sua indignação.
Até o Papa manifestou sua indignação.
Nesse caso, temos uma escala argumentativa ascendente (orientada do argumento mais fraco para o mais forte: o Papa). Numa escala argumentativa negativa, os termos estariam em ordem descendente, e o argumento mais forte viria introduzir por nem mesmo.
O acontecimento não teve nenhuma repercussão: o Papa não se manifestou o bispo também não, nem mesmo o padre de paróquia fez qualquer referência ao assunto.
A função de introduzir o argumento mais forte de uma escala argumentativa também pode ser exercida pelos operadores inclusive, até mesmo, ao menos, no mínimo, etc.
  • Operadores cuja função é introduzir enunciados que visem a ratificar esclarecer um enunciado anterior: isto é, em outras palavras, vale dizer, ou seja, etc.
Duas, de cada 10 crianças trabalhadoras, ou seja, 20%, não freqüentam a escola.
  • Operadores cuja função é orientar a conclusão para uma afirmação ou uma negação: quase, apenas, só, somente, etc.
Dentre os adolescentes que trabalham, poucos conseguiram concluir os oito anos de escolaridade básica: apenas 25,5%.
O número de crianças e adolescentes que trabalham é muito grande: quase quatro milhões.
O operador argumentativo quase aponta para a afirmação da totalidade e, normalmente, encadeia-se com muitos e a maioria.
Apenas ( e seus equivalentes e somente) aponta para a negação da totalidade e, normalmente, encadeia-se com poucos e a minoria.