segunda-feira, 11 de março de 2013

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO: SUJEITO E PREDICADO



      SUJEITO
    concorda com o verbo;
    constitui seu assunto central;
    apresenta como núcleo um substantivo, um pronome ou uma palavra substantivada.
      PREDICADO
     apresenta um verbo;
    está em concordância com o sujeito;
    contém uma afirmação a respeito do sujeito.
    Soou na escuridão uma pancada seca.
    Todas as noites, depois do jantar, eu e minha família assistimos à televisão.

TIPOS DE SUJEITO

simples => Apresenta um único núcleo.
     Meu avô brigou com os outros fazendeiros.
composto => Apresenta mais de um núcleo.
    Os quadros, os livros e os móveis antigos não serão vendidos.
oculto (desinencial ou implícito) => Encontra-se implícito na forma verbal ou no contexto.
    Sinto muito a falta de meus livros.
    Os agricultores participaram da reunião. Decidiram comprar novos equipamentos.
 indeterminado => Quando não se quer ou não se pode identificar claramente a quem o predicado da oração se refere. Há duas maneiras de se indeterminar o sujeito:
    verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a nenhum termo identificado  anteriormente:
      Procuraram você ontem à noite. 
      Estão pedindo sua presença lá fora.
    verbo acompanhado do pronome SE. Atuando como índice de indeterminação do sujeito:
      Vive-se melhor fora das cidades grandes.
      Precisa-se de novos vendedores.
v oração sem sujeito (inexistente) => Formada apenas por predicados, nos quais aparecem verbos impessoais. Ocorre com:
    verbos que exprimem fenômenos da natureza:
      Choveu pouco no último mês de março.
      Anoiteceu rapidamente.
    os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam tempo ou fenômeno natural.
      Está cedo.
      Faz muito frio na Europa.
      meses não vejo sua prima.
      São duas horas da tarde.
    verbo haver, expressando existência ou acontecimento.
      boas razões para suspeitarmos dele.
      Houve vários bate-bocas durante a assembléia.

PREDICAÇÃO

      A predicação é o tipo de relação que o verbo mantém com o sujeito da oração. De acordo com essa relação, há dois grupos: verbos de ligação
( ou de estado) e verbos de ação (significativos ou nocionais).

      Predicado verbal: Aquele que tem como núcleo (palavra mais importante) um verbo significativo.
Ex.: Ministro anuncia reajuste de impostos.
Núcleo: anuncia (verbo significativo).

      Predicado nominal
      Aquele cujo núcleo é um nome (predicativo). Nesse tipo de predicado, o verbo não é significativo e sim de ligação. Serve de elo entre o sujeito e o predicativo.
   Ex.: Todos estavam apressados.
Núcleo: apressados (predicativo)

PREDICATIVOS (ATRIBUTO, CARACTERÍSTICA, INFORMAÇÃO, QUALIDADE OU ESTADO)

      PREDICATIVO DO SUJEITO: É o termo que atribui característica, qualidade ou estado ao sujeito.
      Ex.: Sua presença é confortante.

      PREDICATIVO DO OBJETO

É o termo que atribui característica, qualidade ou estado ao Objeto Direto ou ao Objeto Indireto.
      Ex.: A prefeitura conservou a cidade limpa.

·       VERBOS DE LIGAÇÃO (OU DE ESTADO): 

        ØNão expressam ações do sujeito;
Ø Ligam o sujeito a seu atributo, estado ou característica;
 
Exemplos:
    Eu sou o poeta solitário.
    Minha namorada está atrasada.
    Pedro parecia feliz em sua nova casa.
    Todos permaneceram calados.
    A novela continua enfadonha.
    O rapaz tornou-se um grande político.
     Joana anda preocupada com as dívidas.
    Nós ficamos alegres por sua nomeação.
    Nós viramos fãs do novo candidato

      VERBOS SINIFICATIVOS (DE AÇÃO OU NOCIONAIS)
Ø Indicam ação, acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade mental.
Ø Apresentam transitividade ou não.

A transitividade verbal é a necessidade que alguns verbos apresentam de ter outras palavras como complemento. A esses verbos que exigem complemento chamamos de transitivos e aos que não exigem complemento chamamos de intransitivos.

VERBOS INTRANSITIVOS: São verbos intransitivos os que não necessitam de complementação, pois já possuem sentido completo.
Observe estas frases, retiradas de manchetes de jornais:
Ø  Rei Hussein, da Jordânia, morre aos 63.
Ø 24 mil casam-se ao mesmo tempo.
Ø Nascem trigêmeos na virada do ano.
      Perceba que esses verbos não necessitam de qualquer elemento para complementar seu sentido, pois quem morre, morre, quem se casa, casa-se, quem nasce, nasce.

      TRANSITIVO DIRETO
      Exige complemento sem preposição obrigatória. O complemento é denominado objeto direto.
      Presidente receberá governadores.
      Prefeitura compra novos computadores.

      TRANSITIVO INDIRETO
Ø Exige complemento com preposição obrigatória. O complemento é denominado objeto indireto.
Ø Eleitor não obedece à convocação do TRE.
Ø População ainda acredita nos políticos.

      TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO
Ø Possuem dois complementos; o objeto direto e o objeto indireto.
Ø Governador perdoa a Deputado traição do passado.
Ø Empresário doa rendimentos do mês à UNICEF.

COMPLEMENTOS VERBAIS (TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO)

OBJETO DIRETO : É o complemento de um verbo transitivo direto, ou seja, o complemento que normalmente vem ligado ao verbo sem preposição e indica o ser para o qual se dirige a ação verbal.
 Pode ser representado por:
a) substantivo:
Passageiros e motoristas atiram moedas.
b) pronome
(substantivo):
Os jornais nada publicaram.
c) numeral:
A moça da repartição ganha 450 reais.
d) palavra substantivada
:
Tem um quê de inexplicável.
e) oração:
Meu pai dizia que os amigos são para as ocasiões.

      OBJETO INDIRETO
    É o complemento de um verbo transitivo indireto, isto é, o complemento que se liga ao verbo por meio de preposição.
    Pode ser representado por:
a) substantivo:
Falamos de vários assuntos inconfessáveis.
b) pronome (substantivo):
Também dialogava com elas.
c) numeral:
É preciso optar por um
d) oração:
Esquecia-se de que não havia piano em casa.

COMPLEMENTO NOMINAL

      É o termo sintático que complementa nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios. Normalmente o complemento nominal é regido de preposição.
    Declare seu amor pelo Ceará.
    A oposição votou favoravelmente ao governo.
    O torcedor tinha fé em seu time.
    Fiquei indiferente a sua desculpa.

TEORIA DA COMUNICAÇÃO – ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO E FUNÇÕES DA LINGUAGEM



Para viabilizar o processo comunicativo o emissor recorre aos códigos. São sinais representados pela fala, pela escrita, por gestos, desenhos etc. Eles transmitem uma mensagem ao receptor por meio de um canal em um contexto, com funções e objetivos específicos.
 

OS ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO


 


EMISSOR:  É quem emite a mensagem: um indíviduo, um grupo, uma emissora de comunicação, uma instituiçao…
Ex.: Alô  amigos da Globo, muita boa noite
 
RECEPTOR : É a quem se dirige ou se destina a mensagem: um indivíduo, um grupo, um animal
Ex.:
Caro Claudemir,
Preciso de que você me ajude a resolver um problema.
Grato.
João.

CÓDIGO: Grupo de sinais ou de símbolos sistematizados e organizados para viabilizar o processo comunicativo.  Ex.: Língua oral ou escrita, gestos desenhos, sons, cores, placas, etc.

CANAL DE COMUNICAÇÃO: Meio físico condutor da mensagem que permite a veiculação de comunicação: voz, ondas sonoras, sirene de viatura, microfone, semáfao, etc.

MENSAGEM: É a própria intenção comunicativa ou o objeto de comunicação. É constituída pelo conteúdo das informações que se pretende transmitir aos receptores.
 
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história. (Carlos Drummond de Andrade)
 
  • O conteúdo do poema é a mensagem que se pretende transmitir
REFERENTE (CONTEXTO): Situação ou o meio em que estão inseridos o emissor e o destinatário da mensagem.
Nós vamos invadir sua praia
Daqui do morro dá pra ver tão legal
O que acontece aí no seu litoral
Nós gostamos de tudo, nós queremos é mais
Do alto da cidade até a beira do cais
Mais do que um bom bronzeado
Nós queremos estar do seu lado (Ultraje a Rigor)

  • O morro e o litoral são o referente.

AS FUNÇÕES DE LINGUAGEM


Ao transmitir determinada mensagem o receptor, o emissor, sempre tem um objetivo, como informar, demonstrar sentimentos, convencer, etc. Em razão disso, pode-se dizer que, no processo comunicativo, a linguagem apresenta algumas funções: 

FUNÇÃO REFERENCIAL OU EXPRESSIVA:
q  Centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informações da realidade.
q  Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa do singular.
q  Linguagem usada nas notícias de jornal e livros científicos. 

Exemplo:
 Portinari: valorização do Brasil e da arte
 Filho de imigrantes italianos, Cândido Portinari nasceu no dia 30 de dezembro de 1903, numa fazenda de café nas proximidades de Brodósqui, em São Paulo. Com a vocação artística florescendo logo na infância, Portinari teve uma educação deficiente, não completando sequer o ensino primário. Aos 14 anos de idade, uma trupe de pintores e escultores italianos que atuava na restauração de igrejas passa pela região de Brodósqui e recruta Portinari como ajudante. Seria o primeiro grande indício do talento do pintor brasileiro. 

FUNÇÃO APELATIVA OU CONATIVA: Centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo. Usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor. Exemplo: 




FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA: Centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela prevalece a 1ª pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor.  Exemplo:
A lua que eu te dei
Posso te falar dos sonhos
Das flores
De como a cidade mudou
Posso te falar do medo

Do meu desejo, do meu amor...
Posso falar da tarde que cai
E aos poucos deixa ver
No céu a Lua
Que um dia eu te dei... (
Hebert Viana)

 FUNÇÃO  METALINGUÍSTICA: Centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios de metalinguagem. Exemplo: 

-          Não entendi o que é metalinguagem, você poderia explicar novamente, por favor?
-          Metalinguagem é usar os recursos da língua para explicar alguma teoria, um conceito, um filme, um relato, etc.

FUNÇÃO POÉTICA: Centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música, em algumas propagandas etc. 

MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa


DICA: É importante ressaltar que, em um mesmo texto, pode coexistir mais de uma função. Isso, depende da intenção do emissor ao elaborar a mensagem.