sábado, 17 de outubro de 2009

Qual a diferença entre neologismo e estrangeirismo?

No poema Neologismo, Manuel Bandeira (1886-1968) diz: "Beijo pouco, falo menos ainda/ Mas, invento palavras/ Que traduzem a ternura mais funda/ E mais cotidiana./ Inventei, por exemplo, o verbo teadorar/ Intransitivo:/ Teadoro, Teodora". No caso, o poeta criou o verbo "teadorar". A nova palavra chama-se de neologismo. Neo, prefixo grego que significa "novo", une-se a logo, do grego logos, que exprime a ideia de palavra, e a ismo, sufixo também grego (ismos), que forma substantivos. Sempre que necessário, palavras podem nascer. Por causa do Twitter (nome em inglês do microblog que conecta o autor com sua rede de contatos), surgiram "tuiteiro" (para nomear o usuário) e "tuitar" (a ação que faz aquele que usa o serviço). Mesmo que baseadas em vocábulos estrangeiros, as novas palavras obedecem às regras da língua portuguesa. No caso de tuiteiro, o processo foi o de acrescentar o sufixo "eiro", próprio para formar termos que designam o agente numa profissão ou atividade. Já estrangeirismo é o emprego de palavras, expressões e construções alheias ao idioma tomadas por empréstimos de outra língua. A incorporação do estrangeirismo se dá por um processo natural de assimilação de cultura ou contiguidade geográfica. No mundo globalizado, as línguas se interpenetram, favorecendo as importações, como nas palavras leasing, marketing, shopping center e delivery. Não emprestamos só do inglês. Também do francês (bouquet, abat-jour...), do italiano (mezzanino, influenza...) e do japonês (sushi, ikebana...). Alguns estrangeirismos se aportuguesam (como em soutiens e sutiã, goal e gol) e outros mantêm a grafia do idioma de origem (como madame).

FONTE: (REVISTA NOVA ESCOLA, ED. 226 OUTUBRO/2009)

CURIOSIDADES DA LÍNGUA PORTUGUESA - FALAMOS A LINGUA DE CABRAL?

Se é que Cabral gritou alguma coisa quando avistou os contornos do Monte Pascoal, certamente não foi "terra ã vishta", assim com o "a" abafado e o "s" chiado que associamos ao sotaque português. No século XVI, nossos primos lusos não engoliam vogais nem chiavam nas consoantes - essas modas surgiram depois do século XVII, na Península Ibérica. Cabral teria berrado um "a" bem pronunciado e dito "vista" com o "s" sibilante igual ao dos paulistas de hoje. O hábito de engolir vogais, da maneira como o fazem os portugueses de hoje, consolidou-se na língua aos poucos, naturalmente. Na verdade, nós, brasileiros, mantivemos os sons que viraram arcaísmos empoeirados para os portugueses.
Só que, ao mesmo tempo, acrescentamos à língua mãe nossas próprias inovações. Demos a ela um ritmo roubado dos índios, introduzimos subversões à gramática herdadas dos escravos negros e temperamos com os sotaques de milhões de imigrantes europeus e asiáticos. Deu algo esquisito: um arcaísmo moderno.
O português brasileiro levou meio milênio se desenvolvendo longe de Portugal até ficar nitidamente diferente. Mas ainda é quase desconhecido. Até os anos 90, os lingüistas pouco sabiam sobre a história da língua, sobre nosso jeito de falar e as diferenças regionais dentro do Brasil. Agora, três projetos de pesquisa estão mudando isso:
1) Gramática do português falado: será publicada em 2001, depois de ocupar 32 lingüistas de doze universidades durante dez anos. " Ao contrário do que se acredita, as pessoas falam com muito mais riqueza do que escrevem", diz à SUPER o professor Ataliba de Castilho, do departamento de Letras da Universidade de São Paulo, que coordena o projeto.
2) A origem de cada estrutura gramatical: Ao estudar as particularidades da língua falada, os pesquisadores reuniram informações sobre a origem de cada estrutura gramatical. A partir desses dados, estão começando a primeira pesquisa completa sobre a história do português no Brasil. A intenção é identificar todas as influências que a língua sofreu deste lado do Atlântico. Só que essas influências são diferentes em cada parte do país. Daí a importância do terceiro projeto:
3) O Atlas Lingüístico. "Até 2005, vamos mapear todos os dialetos da nação", prevê Suzana Cardoso, lingüista da Universidade Federal da Bahia e coordenadora da pesquisa, que abrangerá 250 localidades entre o Rio Grande do Sul e a Amazônia.
Os três projetos somados constituem, sem dúvida, o maior avanço para a compreensão da nossa língua desde que Cabral aportou por aqui.

CALDEIRÃO DE POVOS

Mas, se há semelhanças entre a língua do Brasil de hoje e o português arcaico, há também muito mais diferenças. Boa parte delas é devida ao tráfico de escravos, que trouxe ao Brasil um número imenso de negros, que não falavam português. " Já no século XVI, a maioria da população da Bahia era africana", diz Rosa Virgínia Matos e Silva, lingüista da Universidade Federal da Bahia. "Toda essa gente aprendeu a língua de ouvido, sem escola", conta. Na ausência de educação formal, a mistura de idiomas torna-se comum e traços de um impregnam o outro. "Assim, os negros deixaram marcas definitivas", ressalta ela.
Também no século XVI, começaram a surgir diferenças regionais no português do Brasil. Num pólo estavam as áreas costeiras, onde os índios foram dizimados e os escravos africanos abundavam. No outro, o interior, onde havia sociedades indígenas. À mistura dessas influências vieram se somar as imigrações, que foram gerando diferentes sotaques. "Com certeza, o Brasil hoje comporta diversos dialetos, desde os regionais até os sociais, já que os ricos não falam como os pobres"" afirma Gilvan Müller de Oliveira, da Universidade Federal de Santa Catarina.
Mas o grande momento de constituição de uma língua "brasileira" foi o século XVIII, quando se explorou ouro em Minas Gerais. "Lá surgiu a primeira célula do português brasileiro", diz Marlos de Barros Pessoa, da Universidade Federal de Pernambuco. "A riqueza atraiu gente de toda parte - portugueses, bandeirantes paulistas, escravos que saíam de moinhos de cana e nordestinos." Ali, a língua começou a se uniformizar e a exportar traços comuns para o Brasil inteiro pelas rotas comerciais que a exploração do ouro criou.

FALAS BRASILEIRO?

A lei da evolução, de Darwin, estabelece que duas populações de uma espécie, se isoladas geograficamente, separam-se em duas espécies. A regra vale para a Lingüística. "Está em gestação uma nova língua: o brasileiro", afirma Ataliba de Castilho.
As diferenças entre o português e o brasileiro são maiores do que as existentes entre o hindi, um idioma indiano, e o hurdu, falado no Paquistão, duas línguas aceitas como distintas", diz Kanavillil Rajagopalan, especialista em Política Lingüística da Unicamp.
Algo mais: o português é falado em vários países da África, incluindo Angola e Moçambique, em Macau, na China, em Goa, na Índia e no Timor Leste, recém-independente da Indonésia. O número de falantes beira os 200 milhões, 160 dos quais aqui no Brasil. É o sexto idioma mais falado do mundo.

( fonte: Super Interessante, abril 2000, p. 46)

ATIVIDADE PÓS GRADUAÇÃO


Esta foi uma atividade desenvolvida por mim, no curso de Pós gradução em Linguística aplicada ao ensino de Língua Portuguesa. A intenção era criar uma propaganda e o produto que eu tento "vender" é um coração apaixonado, portanto comentem...bjus

Sejam todos bem vindos!

Acredite em você

Não importa do que é o mundo
O importante, são os seus sonhos...

Não importa o que você é
O importante é o que você quer ser...

Não importa onde você está
O importante é para onde você quer ir...

Não importa o porquê
O importante é o querer ...

Não importa suas mágoas
O importante mesmo, são suas alegrias...

Não importa o que você já passou
O passado guarde na sua lembrança ...

Não veja; apenas olhe...

Não escute; apenas ouça...

Não toque; sinta...

O mundo é um espelho;

não seja apenas um reflexo

Só acreditando no futuro você conseguirá a paz

para alcançar seu sonhos...

Afinal, o que importa ?

Você importa ...

MENSAGEM